11 de junho de 2009

Por que não vou a igrejas e a academias?

Deixem-me contar o que está se passando na Câmara de Vereadores de Belo Horizonte. Há um projeto de lei que pretende criar o Dia Municipal da Parada do Orgulho LGBT na capital mineira.

No trâmite da matéria, ela passa pela comissão de legislação e justiça. Lá o projeto recebeu um parecer contrário, sob a alegação de que o não havia previsão de onde sairia os recursos que financiariam o evento, o que infringe a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Seria apenas uma discussão burocrática, se o relator que emitiu o parecer desfavorável ao projeto não fosse o líder da bancada evangélica no legislativo municipal. Dos cinco integrantes da comissão, apenas dois votaram (e contra): ambos pastores.

Nessa terça, rolou um quebra-pau no plenário, porque ia se votar um recurso que derrubaria o relatorio. Pouco antes, o plenário aprovou a isenção de ISS para que a FIFA organizasse a Copa de 2014 por aqui. Resultado: esvaziou-se a votação e nada foi resolvido.

Eu não levanto bandeira pra nada. Acho chato qualquer ativismo social. Entretanto, diante de coisas assim, a gente fica indignado. Tá certo que todos ainda temos muito o que aprender sobre a diversidade sexual, que a homofobia é algo socialmente aceito, como o preconceito racial já foi. E nem é isso que me irrita mais nessa história: mas é a prepotência desse povo que se diz cristãos.

Essa arrogância da maioria dos evangélicos me deixa possesso. Eu já frequentei esse tipo de lugar e posso dizer: eles se acham de fato especiais. Mais que os indies moderninhos. Se acham escolhidos, que são tipo uns aliebígenas avanádos que moram num planeta onde os habitantes são cegos, estúpidos, sujos.

E em nome de Deus, Cristo, Jeová, whatever, cometem verdadeiros sacrilégios em relação à própria doutrina. Não tenho paciência pra religião, embora reconheça sua importância na minha formação; mas ao contrário dos religiosos, creio que as pessoas podem ser valorosas sem precisar serem batizadas ou algo do gênero.

Pelo pouco que sei, a passagem de Cristo pela Terra foi marcada justamente por um comportamento pouco ortodoxo. Tipo andar com prostitutas. E se Madalena não era prostituta e foi pintada assim para pensarmos quão livre de prsconceitos o filho do Homem era, o tiro hoje sai pela culatra. Afinal, a lição que fica é a de que as pessoas precisam ter uma chance, independente do que seja. Tô errado?

Discriminação não é algo que prega o cristianismo. E esse povo tá sempre discriminando, julgando aqueles que não andam com a bíblia debaixo do braço. A questão agora é com os homossexuais, mas não se restringe a eles. O tratamento que eles dão por exemplo a outras religiões é algo espantoso. Com os católicos, travam uma disputa quase futebolística. Com as religiões africanas... MISERICÓRDIA, diriam.

Muito bem, senhores. Muito bonito isso!

Desculpem, mas eu preciso desabafar sobre isso. Não suporto tirania. E quando isso sai das paredes da igreja e passa para esfera socio-política, fico deveras preocupado, porque eu não quero viver num lugar onde as leis sejam feitas por pessoas desse tipo.

Tá... eu sei que vou ter que mudar de planeta...

Beijas! E a paz do senhor, irmãos.

6 comentários:

B. disse...

Taaaaanto pra falar sobre isso! Mas tanto!

H. disse...

E assim a parte onde falamos que odiamos ativismo termina tendo que ir por água abaixo. Mas o que fazer, né?

H. disse...

Não vai a academias porque precisaria ter fé?

Ppalits disse...

entenda que esse nao é um post de apoio a causas... mas de repudio ao cretinismo...

uma academia nao eh mto diferente deuma igreja, depois explico o porquê...

guega disse...

podia ir pra um quadro do "irritando palilo palelo"

o que me irrita? a hipocrisia do cristão da biblia suada.

também me irrita!

Portifolio Vinicius Rocha disse...

A diferença de uma academia e um igreja é a falta de vestiário... Os pregadores com halteres costumam extravasar seus recalques ali, a bem da verdade.