20 de agosto de 2003

Na faculdade apareceu um professor estadunidense, do Colorado, mais americanão impossível. Coitado, já há três anos no Brasil ainda rala no português como se tivesse recém-chegado ao país. Aparece pra dar aula com camisa estampada de passeio e sandálias, empolgado com os trópicos como se os tempos ainda fossem de turismo.



Proféssãr Bill tem o sotaque mais forte que eu já vi. E é capaz de incríveis frases traduzidas at the foot of the letter, com sotaque de cowboy, que remetem imediatamente à versão em inglês, como: "Que foi? Você está chato?" (are you bored?) ou "onde está aquela caneta de mim?" (pen of mine), ou qualquer empolgação em tom de treinador de futebol americano, como "FOOOORA do corpo!!".



E ele é capaz de umas coisas que me fazem sentir na América. Um dia cheguei na aula e estavam todos fazendo exercícios de alongamento pq ele havia dado uma folha com instruções de desenho, e tinha algo mais ou menos assim na introdução "Seu corpo é seu instrumento e precisa estar preparado. Pense em você mesmo como um ator prestes a entrar no palco. Você deve estar relaxado e incorporar a personagem." Me contorci inteira, já não tinha mais imaginação pra tanto movimento, e o povo ainda se alongava, provavelmente mentalizando: "I'm an actor, the pencil is my stage!" Ai...



Psicologia barata não, por favor, eu sofro dos neuvro. Mas ele é nice, anyway, e talvez me traga canetas legais quando voltar à sua hometown, no fim do ano.

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