27 de maio de 2009

Every sperm is sacred

Em casa de ferreiro, espeto é de pau e eu começo a entender pq.

A decoração do meu quarto é péssima, meu guarda-roupas é podre e eu queria reformá-lo e mudar algumas outras coisas. Fui sondar com papai-mamãe se era um sonho possível, já que o dinheiro para essas empreitadas sai deles e não de mim, e em vez de uma resposta simples do tipo "agora não vai dar, minha filha", foi-me pedido que apresentasse um desenho para apreciação do juri.

Putz.

Papai-mamãe adoram me pedir desenhos! Croquis! Lembro dos tempos da faculdade e dos professores todos reclamando dos sugões que aparecem te pedindo croquis "faz um croquizinho aí", como se nada fossem, sendo que eles JÁ SÃO a porra do projeto! Não é pq o rabisco no papel tá mal feito, que o pensamento por trás dele não foi desgastante (nem não foi trabalho, nem não vale dinheiro).

Pois.

Aí penso no trabalho que vai ser projetar e montar o tal desenho, e no grandessíssimo risco que corro de não ver nada feito depois e morro de preguiça de começar e decido que, chega, deixa pra lá, vou viver o resto dos meus dias com meus móveis-cortiço mesmo. Who cares?

O que me lembra de um outro causo.

Cabeleireiro da família tinha um assistente há anos, era um viadinho magrela normal, mas já podia-se notar um singela tendência à anormalidade explicita em seu corte de cabelo: um chanel pixaim na altura do queixo. Esse moço sumiu por alguns anos e, quando perguntamos por ele, a história se revelou: o moço que antes tendia à moça, havia virado travesti de vez. Ficou linda, vez várias plásticas, botou peitos, bochechas, lábios, tudo o que há para se botar e agora, como tinha virado moça vulgar malquista em salões de beleza finos, descobrira outro ramo: a prostituição.

Muito bem, até aí, tudo ok, já vimos muitos. O esquisito foi: em um momento revelando-a-intimidade-alheia, cabeleireiro da família conta que o travesti em questão não conseguia mais namorar, nem viver nenhum romance, pq ele simplesmente não dava mais conta de transar de graça. Ele não sabia mais "fazer amorsh", entendam, só "trepar". Por dinheiro! Transar de graça era foda, "tô desperdiçando meu esperma", ejacular sem cobrar era como jogar dinheiro da janela do ônibus.

Pois.

Tou virando esse travesti, eu acho.
Não quero fazer mais nada que não dê dinheiro ou não dê frutos.
Preguiça total.

Trilha para o post: every sperm is sacred.

6 comentários:

Ppalits disse...

desculpe existir...

B. disse...

HEHEHEEHEHE!
Mas você está na categoria "dará frutos", Palito!

Agora, se não sair do papel nunca, saiba que EU NÃO DESCULPO NÃO!

Todo esperma é sagrado! Todo esperma é bom!

rtakai disse...

All work and no play makes Jack a dull boy

B. disse...

menino, num é que tou com essa no orkut?

B. disse...

(foda!)

Julia disse...

Estamos demorando... mas juro que vai sair do papel! Juro!