15 de maio de 2003

Hoje, minha voz me preocupou. Eram 7 e 50 da manhã, quando ela falhou. Faltavam 5 horas para acabar o turno da manhã, sem contar o da noite. Não fazia nem 20 minutos que eu começara a falar, mas o nível de ruído dos alunos era tão grande que quando eu percebi estava forçando tanto que a garganta "estourou". Essa época do ano aqui em BH o ar fica muito seco e isso também contribuiu.



Aí eu apelei pro emocional. Parei a aula e fiz aquela fisionomia séria até conseguir a tenção silenciosa dos meninos. Depois, passei para a fisionomia "tenham-pena-de-mim-que-sou-professor-e-porisso-sofro-tanto". Não fiz um discurso em prol da disciplina. Pedi pela minha saúde. Falando mansamente com o restinho de voz que me restava, mostrei para ele que eu poderia estar falando nesse tom de voz desde e o início e ainda assim todos estariam me escutando. E se fosse assim todos os dias, nós, professores, sofreríamos menos de males relativos à voz e à garganta. E disse ainda que aquele era meu instrumento de trabalho, e que eu precisaria dele para mais 10 aulas, ainda hoje.



Funcionou. Não precisei gritar mais durante aquela aula. Nas aulas seguintes, eu usei a mesma estratégia, o mesmo discurso e, mais uma vez, comovi os alunos que - acreditem - têm bom coração.



O problema é que até agora minha garganta está arranhando muito e a vontade de pigarrear é imensa. Mas o Fantástico de domingo me disse que o pigarro é prejudicial à saúde vocal.



Malditos! Preferia viver na ignorância e pigarrear sem dor na consciência...

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