23 de dezembro de 2002

Eu não sou zen. Sou bem realista. O único dia que tive pra fazer minhas compras de natal foi hoje. Logo que saí de casa mentalizei toda a paciência do mundo, reuni toda minha disposição e parti. Lógico que peguei engarrafamentos, não achei vaga facilmente, atravessei corredores superlotados muitas e muitas vezes repetitivamente, encarei filas imensas para pagar, outra fila imensa para embrulhar, mas nada disso conseguiu me tirar do sério.




Foram nove horas ininterruptas, dois shoppings imensos e lotados e ainda um hipermercado. E ainda existem aqueles que saem de casa na ante-véspera do natal e querem ser atendidos logo e saem desfilando seu mau-humor por onde passam.




Como adoro ser capitalista. Consumista. Adoro chegar em casa cheio de sacolas das mais variadas lojas. É muito gratificante ver a alegria que aquele presente surpresa causa, a satisfação daqueles que achavam que não seriam lembrados.




Durante muitos natais, passávamos por crises financeiras (mas não tenho nenhuma daquelas trágicas histórias de que a noite de natal era a única noite em que bebíamos refrigerante ou coisa parecida...). Meu pai, por exemplo, recebia a continha das despesas e, desde criança, eu entendia perfeitamente ele não poder nos presentear. Num certo natal, eu já era adulto, ele me deu um creme de barbear de presente. Parece simples, mas esse presente me marcou muito, pela lembrança... por ele querer agradar... ...




Obrigado, pai! Obrigado, Pai!

Nenhum comentário: